quarta-feira, 13 de maio de 2009

Desenvolvendo a Diferença: Sexo / Gênero (2)

Español
English
Desenvolvendo a Diferença: Sexo / Gênero (2)

Quais são as diferenças de tais padrões normais ou anormais no desenvolvimento cerebral? Como já foi descrito, em media, os cérebros dos homens tendem a ser um pouco mais pesados que o das fêmeas. Por outro lado, os bebês de sexo feminino tendem a ser "mais avançadas" em termos de comportamento e da capacidade funcional ao nascimento que os bebês masculinos.

Durante o desenvolvimento pós-natal outras minúsculas diferenças na estrutura cerebral aparecem. Embora os dois hemisférios cerebrais pareçam idênticos em tamanho e forma, existem pequenas assimetrias, e os cérebros masculinos tendem a ser mais assimétricos do que os de sexo feminino.

Existem também notórias diferenças na estrutura e dimensão nas regiões do hipotálamo e corpo caloso. Isto não é surpreendente, e é uma área fortemente disputada, porque da forma como as semelhanças e diferenças podem ser apropriadas (ou desapropriadas) elas servem para reivindicar e poder explicar a persistência da dominação dos homens numa sociedade patriarcal.

É bem conhecido que certas características tais como o daltonismo e hemofilia, pode ser transmitida pelo sexo feminino, mas só expressa-se no sexo masculino, uma declaração em conseqüência é que todos os cérebros humanos começam como femininos, e que alguns "tornar-se masculinos" durante o desenvolvimento fetal; uma "masculinizarão" para a qual uma diferença cromossômica é necessária mas não é suficiente.

A chave para essa "masculinizarão" é o hormônio testosterona. Popularmente, a testosterona é o hormônio "masculino", e o estrogênio é o hormônio feminino.

No entanto, na realidade a testosterona e os estrogênios são produzidos tanto por o sexo masculino como o feminino, trata-se apenas que as proporções diferem entre si, sendo em média a concentração de testosterona mais elevada no sexo masculino. Nenhuma destes hormônios é efetivamente produzida no cérebro, mas ambas podem entrar através da corrente sanguínea, e existem receptores nas membranas neuronais do hipotálamo e outras regiões cerebrais que reconhecem ditos hormônios.

O que "masculiniza" o cérebro feminino é o aumento da produção de testosterona que ocorrem entre as oito e vinte semanas de gravidez. Isso faz parte do processo de diferenciação entre os cérebros masculinos e femininos, aparecendo diferenças características na distribuição dos receptores neuronais para os hormônios no cérebro. A existência de receptores no encéfalo para a testosterona e os estrogênios produzidos em outras regiões também ilustra a importância das múltiplas interações cérebro-corpo.

Os hormônios sexuais esteróides não são os únicos que afetam os processos do cérebro, também estão estreitamente relacionadas com a química do cérebro o próprio equivalente dos hormônios esteróides, os neuroesteroides, que atuam um pouco como o BDNF (Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro) e outros fatores de crescimento, que estão presentes antes do nascimento em diversas concentrações nos cérebros dos diferentes sexos.

Estas complexas interações hormonais, ocorrendo, mesmo antes do nascimento, são apenas uma das muitas razões pelas quais não é possível simplesmente "ler" as diferenças médias entre rapazes e meninas, homens e mulheres como conseqüência de causas genéticas, cromossômicas ou diferenças sexuais, e por isso que a compreensão da relação entre o Sexo o Gênero foi tão complicada.

Tais diferenças são, em verdade, uma medida estadística (a média); há considerável variação individual, e é apenas parte do problema tentar reduzir as diferenças humanas entre Sexo e Gênero (e ainda mais da orientação sexual) a simples explicações sobre os cromossomos, hormônios ou qualquer outra medida "biológica" única.

"THE 21st-Century BRAIN", Explaining, Mending and Manipulating the Mind, Steven Rose, 2005, pages 81 - 83

Nenhum comentário:

Postar um comentário