sábado, 25 de julho de 2009

Alfabetização do Cérebro


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Alfabetização do Cérebro

Em contraste com a fala, não existem estruturas cerebrais desenhadas pela evolução para adquirir a alfabetização (Capacidade para ler e escreber). Com a experiência não se desencadeia processo algum biologicamente inclinado que conduza à alfabetização, como no caso da língua falada.

Em vez disso, a experiência cria progressivamente a capacidade de alfabetização no cérebro através modificações neurais cumulativas; expressas por Pinker (1995) como "As crianças têm os fios para o som, mas impressão é um acessório opcional que deve ser trabalhosamente aparafusado".

O papel fundamental da experiência adquirida na construção de circuitos neurais capazes de apoiar alfabetização sugere que a atenção deve ser dada às diferenças no grau em que o ambiente da casa proporciona cedo uma base de competências para pré-alfabetização.

Por exemplo, Hart e Risley (2003) relatam que o número de palavras que as crianças americanas que vivem em contextos socioeconômicos desfavorecidos foram expostas a até a idade de três anos tem uma desvantagem de 30 milhões palavras em comparação das crianças normais.

Essa exposição limitada poderia ser insuficiente para apoiar o desenvolvimento das competências da pré-alfabetização no cérebro infantil, impedindo assim, cronicamente posteriores competências leitoras. Estas crianças podem muito bem ser capaces de se recuperar mais tarde através de experiência, mas na realidade isso muitas vezes não acontece (Wolf, 2007).

Por conseguinte, é de relevância política a partir deste trabalho: fomentar as iniciativas destinadas a garantir que todas as crianças tenham suficientes oportunidades para desenvolver suas habilidades na pré-alfabetização durante a primeira infância são essenciais.

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 86

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A Linguagem: Mais Cedo Mais Eficaz e Eficiente (4)

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A Linguagem e Seus Períodos Sensíveis (4)
Mais Cedo Mais Eficaz e Eficiente


Quanto mais cedo se começa instrução duma língua estrangeira, é provável que seja mais eficaz e eficiente seu aprendizado

Além disso, há um período sensível para a aquisição do acento duma língua (Bruer e Neville, 2001). Este aspecto do processamento fonológico é mais eficaz se fosse aprendido antes dos 12 anos de idade.

Os períodos sensíveis são muito específicos para algumas funções lingüísticas, no entanto, existem outros aspectos da fonologia, que não parecem mesmo ter um período sensível.

Em suma, existe uma relação inversa entre a idade e a eficácia da aprendizagem de muitos aspectos da língua - assim em geral, se a idade de exposição e mais cedo, mais bem sucedida vai ser a aprendizagem de línguas estrangeiras.

No entanto, para que a instrução seja eficaz nas crianças pequenas, deve ser apropriada para a idade. Não seria útil aplicar os métodos concebidos para os alunos mais velhos e inseri-los nas salas de aula da primeira infância.

É necessário, em outras palavras, que o ensino precoce das línguas estrangeiras seja adequadamente pré-concebido para crianças pequenas.

Ainda que a aprendizagem precoce da língua estrangeira seja mais eficiente e eficaz, é importante notar que é possível aprender uma língua nova durante toda a vida: adolescentes e adultos também podem aprender uma língua estrangeira, apesar de presentar maior dificuldade e trabalho.

Na verdade, se a pessoa está imersa num ambiente duma língua nova, ela pode aprender a linguagem "muito bem", embora aspectos específicos, como o sotaque, quase nunca poderá se desenvolver completamente, como se houvesse feito se a língua tivesse sido aprendida em forma precoce.

Existem também diferenças individuais tais que, o grau e a duração dos períodos sensíveis variam de um indivíduo para outro. Algumas pessoas são capazes de dominar quase todos os aspectos de uma língua estrangeira na idade adulta.

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 86

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Gramática y Seu Período Sensível (3)

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A Linguagem e Seus Períodos Sensíveis (3)
Gramática

Existe igualmente um período sensível para a aprendizagem da gramática duma língua: quanto mais cedo se aprende uma língua, o cérebro pode dominar sua gramática em forma mais eficiente (Neville e Bruer, 2001).

Se o cérebro é exposto a uma língua estrangeira entre os 1 e 3 anos de idade, a gramática é processada pelo hemisfério esquerdo, como acontece com o falante nativo. Mas atrasar o aprendizado até entre os 4 e 6 anos de idade, significará que o cérebro processará as informações gramaticais com ambos hemisférios cerebrais.

Quando a exposição inicial ocorre na idade de 11 aos 13 anos, correspondente à fase inicial do ensino secundário, os estudos das imagens cerebrais revelam uma ativação muito diferente à que se apresenta na língua materna.

Por isso, atrasar a exposição à língua estrangeira leva o cérebro a usar uma estratégia diferente para o processamento da gramática.

O anterior é coerente com as conclusões anteriores, que estabeleceram que, quanto mais tarde é a exposição a uma segunda língua este se traduz em significativos déficits de processamento gramatical (Fledge e Fletcher, 1992)

O padrão, portanto, parece ser que uma exposição precoce a gramática duma língua estrangeira leva a uma estratégia de tratamento altamente eficaz, em contraste com a alternativa menos eficiente, das estratégias do tratamento associado com a exposição tardia.

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, pages 85 - 86

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Fonética e Seu Período Sensível (2)

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A Linguagem e Seus Períodos Sensíveis (2)
Fonética

Há períodos sensíveis do desarrolho em certas fases do desenvolvimento do indivíduo (os períodos nos quais a oportunidade de aprendizagem é mais fácil), quando os circuitos da língua são mais receptivos a particulares modificações dependentes da experiência.

Os recém-nascidos têm a capacidade para discernir mudanças fonéticas sutis ao longo duma série contínua muito ampla, mas a experiência com uma linguagem em particular nos primeiros dez meses torna o cérebro sensível aos sons relevantes para esse idioma (Gopnik, Meltzoff e Kuhl, 1999). Por exemplo, os sons consoantes l e r ocorrem ao longo de um espectro contínuo, e todos os recém-nascidos ouvem os sons desta forma.

Os cérebros dos bebês imersos em um ambiente de língua inglesa, no entanto, são gradualmente modificados para perceber este espectrograma contínuo como duas categorias distintas, l e r. Um Protótipo para cada representação é desenvolvido, e os sons recebidos são compatíveis com estas representações e ordenadas, seja como l ou r.

Os Bebês imersos num ambiente de língua japonesa, pelo contrário, não fazem estes protótipos porque para o japonês esta distinção não é relevante. Em vez disso, eles fazem protótipos de sons relevantes para dita lígua, e realmente perdem a capacidade de discriminar entre l e r aos dez meses de idade. Este fenômeno ocorre para a distinção dos diferentes sons em vários idiomas (Gopnik, Meltzoff e Kuhl, 1999).

Assim, o cérebro se adapta otimamente para adquirir os protótipos dos sons das línguas a que estão expostos nos primeiros dez meses de vida.

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 85