sábado, 31 de dezembro de 2011

As Crianças Só Aprendem "Bem" Uma Língua? (2)

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As Crianças Só Aprendem "Bem" Uma Língua? (2)
As Crianças Bilíngües Desenvolvem Menos Sua “Inteligência”?

Os mitos surgem de uma combinação de fatores. Já que a língua é importante culturalmente e politicamente, essas considerações imaginativas baseiam-se em numerosos argumentos, incluindo resultados de pesquisas do cérebro, para favorecer a língua "Oficial" em detrimento de outras línguas.



Certas observações médicas têm desempenhado seu papel: os casos de pacientes bilíngües ou multilíngües que depois de um traumatismo craniano esquecem completamente uma língua e não em todos os outros idiomas, ajudou a promover a idéia de que as línguas ocuparam áreas separadas no cérebro.



Em estudos realizados no início do século 20, constatou-se que as pessoas bilíngües tinham "inteligência" inferior, estas pesquisas foram realizadas com metodologias defeituosas, baseados principalmente em crianças migrantes que muitas vezes eram subnutridas e em difíceis condições culturais e sociais.


Os protocolos deveriam haver considerado que muitas destas crianças tinham começado a aprender a língua do país de acolhimento em torno da idade de 5, 6 ou depois dessa idade, e, sem um forte domínio da linguagem do pais onde migraram, eles iam a ter problemas de aprendizagem de outras disciplinas. Em suma, não podemos comparar significativamente a “inteligência” das crianças monolíngües nativas, que muitas vezes vêm de famílias acomodadas, com a "inteligência" das crianças multilíngües que vêm de uma família com conhecimentos limitados da língua dominante e que vivem em meios desfavorecidos.

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 118

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

As Crianças Só Aprendem "Bem" Uma Língua? (1)

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As Crianças Só Aprendem "Bem" Uma Língua? (1)

O Cérebro Duma Criança Pequena Só Tem a Capacidade Para Aprender Um Idioma De Cada Vez?

Hoje, a metade da população mundial fala pelo menos duas línguas e o multilinguismo é geralmente considerado uma qualidade valiosa e útil. Ainda por largo periodo de tempo, muitos acreditaram que aprender uma nova língua é problemático para o aprendizado da língua nativa.

Superstições como esta se resistem a desaparecer e muitas vezes estão baseadas em falsas ideias de como funciona a linguagem no cérebro. Um mito é que quanto mais se aprende uma nova linguagem, necessariamente se perde a outra.

Outro mito imagina que as duas línguas ocupam áreas separadas do cérebro, sem pontos de contacto, como tal que os conhecimentos adquiridos em uma língua não podem ser transferidos para a outra.




A partir dessas idéias, foi suposto que a aprendizagem simultânea de duas línguas durante a infância criaria uma mistura das duas línguas no cérebro e retardaria o desenvolvimento da criança. A inferência falsa é que a língua nativa teve que ser aprendida "corretamente" antes de começar o aprendizado de outra língua.
"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 118

sábado, 1 de outubro de 2011

Temos Dois Cérebros? (5)

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"Existe Um Cérebro Esquerdo e Outro Cérebro Direito?” (5)
Não, Nenhuma Evidência Científica Confirma Isto


De fato, Nenhuma Evidência Científica indica uma correlação entre o grau de criatividade e a atividade do Hemisfério Direito. Uma recente análise de 65 estudos de Imagens Cerebrais e o processamento das emoções conclui que dito trabalho não pode ser associado Exclusivamente com o hemisfério direito. Da mesma forma, Não Existe Evidência Científica que Confirme a idéia de que a análise e a lógica dependem do Hemisfério Esquerdo, ou que o hemisfério esquerdo é o assento especial para a aritmética ou a leitura. Dehaene (1997) descobriu que os dois hemisférios estão ativos na identificação de numerais arábicos (por exemplo: 1 ou 2 ou 5).







Outros estudos mostram que quando os componentes de processos de leitura são analisados ​​(por exemplo: a interpretação das palavras escritas ou o reconhecendo dos sons, processos de nível superior; assim como a leitura de um texto), Subsistemas dos Dois Hemisférios São Ativados.





Mesmo uma capacidade associada essencialmente com o hemisfério direito - a interpretação das relações espaciais - prova ser da Competência dos Dois Hemisférios; Apesar disso, de uma maneira diferente em cada caso. O hemisfério esquerdo é mais hábil na interpretação "categórica" das relações espaciais (por exemplo: arriba / abaixo ou direita / esquerda), enquanto o hemisfério direito é mais hábil na codificação métrica das relações espaciais (ou seja, a avaliação de distâncias contínuas).





Ainda mais as Imagens Cerebrais mostraram que nestes dois casos específicos, áreas de ambos hemisférios são ativados e trabalham juntos. Talvez, a mais surpreendente descoberta é que o hemisfério dominante para a linguagem não está necessariamente ligada para a lateralidade direita ou esquerda, como se pensava. A idéia generalizada é que pessoas destras têm a sua área cerebral da linguagem no lado esquerdo do cérebro e vice-versa; mas o 5% dos destros têm as principais áreas relacionadas à linguagem no hemisfério direito, e quase um terço das pessoas canhotas os têm localizado no hemisfério esquerdo.








Com base nos últimos estudos, portanto, os cientistas pensam que os hemisférios do cérebro não funcionam separadamente, eles trabalham em conjunto para todas as tarefas cognitivas, mesmo se existem assimetrias funcionais. Como um sistema altamente integrado, é raro que uma parte do cérebro funciona individualmente. Existem algumas tarefas - como reconhecer rostos e produzir discurso - que são dominados por um hemisfério dado, mas a maioria requer que os dois hemisférios trabalhem ao mesmo tempo.

Tudo isto invalida o conceito que temos um "cérebro esquerdo" e outro "cérebro direito". Mesmo que eles podem ter trazido algum benefício através do apoio da diversificados métodos de ensino; contudo, a classificação dos alunos ou as culturas de acordo com um hemisfério cerebral dominante é altamente duvidosa cientificamente; potencialmente perigosa socialmente, assim como fortemente questionável eticamente. É, portanto, um mito a evitar.

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 117

sábado, 3 de setembro de 2011

Temos Dois Cérebros? (4)

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“Existe Um Cérebro Esquerdo e Outro Cérebro Direito?” (4)
Desde os 70s, Surgem Mais Neuromitos Sobre o "Cérebro Dividido"

Este conjunto de achados ([1], [2]) estava maduro para o inicio de mais neuromitos. Durante os 1970s, em “The Psychology of Consciousness” (A Psicologia da Consciência) de Robert Ornstein sugere a hipótese de que os “Ocidentais" usam principalmente a metade esquerda do cérebro, com um hemisfério bem treinado graças a seu foco sobre a linguagem e o pensamento lógico. No entanto, os “Ocidentais" se esquecem de seu hemisfério direito e, portanto, de seu pensamento emocional e intuitivo. Ornstein associa o hemisfério esquerdo com o pensamento lógico e analítico dos "Ocidentais"; e o hemisfério direito com o emocional e intuitivo jeito de pensar "Oriental".O tradicional dualismo entre inteligência e intuição é o que concedeu uma “Origem Fisiológica”; com base na diferença entre os dois hemisférios do cérebro. Além de um altamente questionável aspecto ético das idéias de Ornstein, elas são o resultado acumulado de errôneas interpretações e distorções das descobertas científicas disponíveis.






Outra noção generalizada, sem fundamento científico, estipula que o hemisfério esquerdo tende a processar rapidamente as mudanças, analisa os detalhes e características dos estímulos, enquanto o direito processa simultaneamente as características gerais dos estímulos. Este modelo permanece inteiramente especulativo. A partir das diferenças entre o hemisfério verbal (o esquerdo) e do hemisfério não-verbal (o direito), um número crescente de conceitos abstratos e as relações entre funções mentais e os dois hemisférios fez sua aparição no palco dos neuromitos, movendo-se mais e mais longe das descobertas científicas.






Gradualmente, mais mitos emergiram nos quais os dois hemisférios estão associadas não apenas com dois modos de pensar, mas como revelações de dois tipos de personalidade. Os conceitos de "Pensamento do Cérebro esquerdo" e ele "Pensamento do Cérebro Direito”, juntamente com a idéia de um hemisfério dominante, conduziu à noção de que cada indivíduo depende predominantemente em um dos dois hemisférios, com distintivos estilos cognitivos. Uma pessoa racional e analítica poderia ser caracterizada como "Cérebro Esquerdo", uma pessoa intuitiva e emocional como "Cérebro Direito".






A idéia de que as “Sociedades Ocidentais” se concentrar em apenas a metade de nossas capacidades intelectuais ("o nosso pensamento do lado esquerdo do cérebro") e negligenciam a outra metade ("o nosso pensamento do lado direito do cérebro") tornou-se generalizada, e alguns especialistas em educação e sistemas educativos se subiram sobre dita tendência para recomendar que as escolas mudem seus métodos de ensino de acordo com o conceito de hemisfério dominante.








Educadores como M. Hunter e E.P. Torrance alegaram que os programas educativos foram feitos principalmente para "Cérebro Esquerdo" e favorecer as atividades dependentes do cérebro esquerdo como sempre estar sentado na sala de aula ou a aprendizagem da álgebra, em vez de favorecer o hemisfério direito, permitindo que os alunos a se esticar e aprender geometria. Assim, foram criados métodos que procuraram envolver os dois hemisférios, ou mesmo enfatizando atividades relacionadas ao hemisfério direito. Um exemplo é "mostrar e dizer": em vez de apenas ler textos para os alunos (ação do hemisfério esquerdo), o professor também mostra imagens e gráficos (ações do hemisfério direito). Outros métodos usam a música, metáforas, jogos de rol, meditação, ou desenho, todos para ativar a sincronização dos dois hemisférios. Sem dúvida, eles têm servido para promover a educação através da diversificação dos seus métodos. No entanto, na medida em que têm emprestado em teorias do cérebro, estas abordagens estão baseadas em erradas interpretações científicas, como que as funções das duas metades do cérebro são independentes, quando as quais não podem ser tão claramente separadas.

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 116

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Temos Dois Cérebros? (3)

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“Existe Um Cérebro Esquerdo e Outro Cérebro Direito?” (3)
Os 60s, Se Inicia o Estudo do “Cérebro Vivo Dividido”

Até a década de 1960, os métodos para observar o papel dominante do hemisfério esquerdo no uso e processamento da linguagem (lateralização da linguagem) foram baseados nos estudos pós-morte de pacientes com lesões cerebrais. Alguns neurologistas, no entanto, alegaram que a linguagem pode não ser inteiramente uma função no hemisfério esquerdo; já que era impossível concluir que não corresponde ao hemisfério direito papel algum, com base na falta de lesões nos cérebros das pessoas que tiveram alterações de linguagem. As lesões apenas no lado esquerdo poderiam haver sido produto do azar.







A pertinência deste pressentimento foi ressaltada pelos estudos realizados sobre o "Cérebro Vivo Dividido" de alguns pacientes.
O Corpo Caloso desses pacientes foi cortado a fim de parar que os ataques epilépticos passaram de um hemisfério para o outro.
Embora o objetivo principal da operação era reduzir a ataques epilépticos, também permitiu aos pesquisadores estudar o papel de cada hemisfério em estes pacientes.






Os primeiros estudos foram realizados como nas décadas de 1960 e 1970, com o ganhador do Prêmio Nobel de Medicina Roger Sperry e sua equipe do Instituto de Tecnologia da Califórnia desempenhando um papel dominante.Eles tiveram sucesso no fornecimento de informações para um único hemisfério no "Cérebro Dividido" dos pacientes, a los quais lhes pediu usar cada mão separadamente para identificar objetos sem olhar para eles..
Este protocolo experimental foi construído sobre o fato de que as básicas funções motoras e sensoriais são simetricamente divididas entre os dois hemisférios do cérebro - o hemisfério esquerdo recebe quase toda a informação sensorial e controla os movimentos da parte direita do corpo e vice-versa.
A informação sensorial da mão direita é recebido no hemisfério esquerdo, e a informação sensorial da mão esquerda no hemisfério direito.

Quando os pacientes tocavam um objeto com sua mão direita, eles poderiam facilmente dar o nome do objeto, mas não quando eles tocavam com a mão esquerda. Aqui estava a prova que o hemisfério esquerdo é a sede das funções de linguagem principal.






Esta localização desigual de funções da linguagem criou a idéia do hemisfério esquerdo como o encaregado da funcão verbal e o hemisfério direito como o o encaregado das funções não-verbais. Dado que a língua tem sido muitas vezes entendido como a função mais nobre da espécie humana, o hemisfério esquerdo foi declarado "Dominante".






Outros experimentos com o mesmo tipo de pacientes ajudaram a esclarecer o papel do hemisfério direito. Um vídeo feito por Sperry e Gazzaniga sobre o cérebro dividido do paciente W.J. deu uma demonstração surpreendente da superioridade do hemisfério direito para a visão espacial. O paciente recebeu vários dados, cada um com dois lados vermelhos, dois lados brancos e dois lados com a alternância de listras diagonais brancas e vermelhas. A tarefa do paciente foi para organizar os dados de acordo com os padrões apresentados em cartões. O início do vídeo mostra a W.J. organizar rapidamente os dados usando sua mão esquerda (controlada, lembre-se, pelo hemisfério direito) no padrão exigido. Contudo ele tinha grande dificuldade para completar a mesma tarefa usando sua mão direita - ele era lento e moveu os dados em forma duvidosa. Uma vez que sua mão esquerda intervém, tornou-se rápida e precisa, mas quando os pesquisadores pediram que repita a tarefa com as condições inicias, ele voltou a ser indeciso.

Outra pesquisa feita por Roger Sperry e colaboradores. (1969) confirmou o domínio do hemisfério direito na visão espacial. Este papel foi, confirmada depois por estudos de casos clínicos. Os pacientes que sofrem de lesões no hemisfério direito não eram capazes de reconhecer rostos familiares; e outros pacientes tinham dificuldades com a orientação espacial.

Alguns pacientes com lesões no hemisfério direito têm mostrado defeitos na identificação da entonação emocional das palavras e no reconhecimento de expressões emocionais faciais. Estudos comportamentais respaldam aos estudos clínicos: os ritmos da fala são melhor percebidos quando os sons são recebidos pelo ouvido esquerdo porque a informação vai para o hemisfério direito, e as imagens vistas pelo campo visual esquerdo provocar maior reação emocional. Foi deduzida a partir destas informações que o hemisfério direito também se especializa em processos relacionados as emoções.

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 115

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domingo, 24 de julho de 2011

Temos Dois Cérebros? (2)


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“¿Existe Um Cérebro Esquerdo e Outro Cérebro Direito?” (2)
Um Mito que Começou no Século XIX

Esta oposição entre O "Cérebro esquerdo / Cérebro direito" se originou na Primeira pesquisa neurofisiológica. As Capacidades intelectuais eram freqüentemente descritas dentro de duas classes: por um lado as aptidões críticas e analíticas, e por outro as aptidões criativas e sintéticas.



Uma das doutrinas principais da neurofisiologia do século XIX associava a cada função con um hemisferio. Em 1844, Arthur Ladbroke Wigan quando publicava “A New View of Insanity: Duality of the Mind” (“Uma Nova Visão da Loucura: A Dualidade da Mente”). Ele descreveu os dois hemisférios do cérebro como independentes, lhe atribuí a cada um sua própria vontade e maneira de pensar; costumam trabalhar juntos; no entanto, em algumas doenças eles (os hemisférios) podem trabalhar um contra outro.


Esta idéia cativou a imaginação geral com a publicação por Robert Louis Stevenson, do famoso “The Strange Case of Doctor Jekyll and Mister Hyde” (“O Estranho Caso do Doutor Jekyll e O Senhor Hyde”) em 1866, que aproveita a idéia de um hemisfério esquerdo cultivado se opõe a um hemisfério direito primitivo e emocional, esta metade direita facilmente perde o controle total.



Paul Broca, neurologista francês, foi além da ficção de localizar papéis diferentes nos dois hemisférios. Na década de 1860, examinou os cérebros depois da morte de mais de 20 pacientes cujas funções da língua tinham sido prejudicadas. Em todos os cérebros examinados, notou lesões no lobo frontal do hemisfério esquerdo, enquanto o hemisfério direito ainda estava intacto. Ele conclui que a Produção da linguagem falada tinha que ser localizado na parte frontal do hemisfério esquerdo.



Este foi complementado poucos anos depois, pelo neurologista alemão Karl Wernicke, que também examinou pós-morte os cérebros de pessoas que tiveram distúrbios no desenvolvimento da linguagem, ele sugeriu que a capacidade de Compreender a linguagem está situada no lobo temporal do hemisfério esquerdo.

Assim, Broca e Wernicke associaram o mesmo hemisfério do cérebro, o Esquerdo, a dois componentes essenciais do processamento de linguagem: a compreensão e a produção oral.




Autópsia do Cérebro


Diagrama do Hemisfério Cerebral Esquerdo


Fotografia do Hemisfério Esquerdo "Normal"


Fotografia do Hemisfério Esquerdo "Com a Área de Broca Danificada"

"Understanding the Brain", The Birth of a Learning Science, 2007, page 114, 115

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